20.8.17

Mário de Carvalho (Marta)






Bonita que fora mana, doces lhe iam agora e entristecidas as feições, com dois arcos já descaídos melancolicamente sob os olhos, da linha dos lábios, mais resumida e vincada que outrora, nascia um irradiar de breves pespontos, ainda sumidos, não tão flagrantes como a pele do pescoço já a querer desaprumar. 

Ao fim de tantos anos, só agora reparava nos traços da irmã, figura tão naturalmente comparte da sua vida que não considerara sequer a eventualidade de lhe apreciar as feições, mormente pela inutilidade de fazer valer essa avaliação.


MÁRIO DE CARVALHO
A Sala Magenta-II
(2008)


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